Já ouviu falar em rejuvenescimento íntimo feminino? | Por: Gabrielle Adames, dermatologista

Seja por questão de saúde, de prazer sexual ou simplesmente por estética, cada vez mais mulheres têm pesquisado sobre o assunto e se submetido a procedimentos médicos nas partes íntimas. Com as mudanças de comportamento social, as mulheres passaram a buscar uma nova vida, novos parceiros com maior frequência após a separação. O rejuvenescimento íntimo é uma opção para viver isso com mais conforto e segurança.

Muito pode mudar: a vulva envelhece, perde o volume, os pelos pubianos ficam brancos e o canal vaginal se torna maior com perda da elasticidade principalmente em mulheres que passaram por um parto. Com isso, o mercado estético desenvolveu diversas técnicas.

Queixas de pacientes tem relação com ressecamento da mucosa vaginal ou vergonha por causa do tamanho dos pequenos lábios — especialmente, quando eles são maiores que os grandes lábios — e o ressecamento na menopausa. Para os casos que geram incômodo, estético ou funcional nas mulheres existem algumas opções de tratamentos.

Laser ou lifting genital

O laser para a região íntima chegou no Brasil há cerca de 4 anos para tratar a atrofia vaginal, que acomete boa parte das mulheres com mais de 60 anos e causa ressecamento e dores durante a relação sexual. Após a menopausa, a produção do hormônio estrogênio cai e, por consequência, a mucosa vaginal fica mais seca e fina. A mulher sente ardência e dores na relação sexual.

A principal indicação é o rejuvenescimento íntimo, que melhora a parte funcional da vagina. É uma boa opção para as mulheres que não podem tomar hormônios após a menopausa, por exemplo. Outro uso do laser é para auxiliar a cicatrização de cortes na região vaginal (como a episiotomia, que às vezes é feita em partos normais), ou ainda para clarear a região após a gestação. Além disso realiza o clareamento da pele da vulva, em caso de pacientes que se incomodam com a região escurecida, flacidez nas paredes vaginais e nos lábios, alargamento da vagina e incontinência urinária.

O laser pode ser de dois tipos, CO² e erbium e o procedimento aumenta a temperatura na região vaginal e causa microlesões, o que faz com que o corpo estimule um processo regenerativo, baseado no aumento de produção de colágeno. Mais colágeno significa mais umidade e elasticidade. A indicação é que sejam feitas de duas a três sessões, com intervalo de um mês entre elas.

Ácido hialurônico

Trata-se de uma substância que é aplicada na parte externa dos grandes lábios vaginais, para melhorar a aparência e a hidratação do tecido. A finalidade é estética e não é um procedimento definitivo. O preenchimento com ácido hialurônico é usado em casos de hipertrofia anatômica pois em algumas mulheres, os pequenos lábios são mais protuberantes que os grandes. As queixas são estéticas e funcionais. Na hora da penetração na relação sexual, os pequenos lábios podem entrar no duto vaginal e causar desconforto. Além disso, podem causar fricção na peça íntima e machucar a pele. Os grandes lábios são preenchidos para encobrirem os pequenos e, assim, acabar ou minimizar o problema. De maneira geral, são usadas de duas a quatro ampolas.

Clareamento vaginal

Muitas mulheres reclamam do escurecimento da virilha, lábios e região perianal. Cientificamente, é chamado de hipercromia, que pode ser causado por envelhecimento natural, gravidez, infeções e até uso de roupas muito apertadas.

Pode ser feito com cremes, peelings químicos e a laser, dependendo da tonalidade da pele e do grau de escurecimento local”, explica Seomara. O mais comum delas é o peeling químico, que usa uma associação entre os ácidos retinóico, mandélico e glicólico para promover uma renovação da pele. Ou seja, as células velhas vão embora e as novas são estimuladas a surgir. O resultado pretendido é tornar a região com a pele mais hidratada e cor homogênea.

São necessárias de 3 a 6 sessões, com 30 dias de intervalo.

Gabrielle Adames é médica pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com pós-graduação no Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay, Rio de Janeiro, e fellowship em Nápoles, Itália. Além dos cuidados com a saúde geral da pele, a médica é especialista em Dermatoscopia – exame diagnóstico do câncer da pele -, Cosmiatria – área dedicada ao tratamento e prevenção de alterações estéticas na pele – e Tricologia – área dedicada ao cabelo.

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