Como lidar com as perdas e ganhos que tivemos no último ano | Por: Débora Laks, psicóloga

Já se passou mais de um ano neste imenso desafio de viver lado a lado com o medo. Medo de perder a vida. Medo de adoecer gravemente. Medo de estar suprimindo vivências importantes da rotina dos nossos filhos. Medo de vir a faltar. Ainda me faltam palavras e pensamentos para poder elaborar tudo que estamos vivendo. Muito se fala em psicanálise que, talvez, só possamos entender algumas situações a posteriori. Parece que é realmente difícil digerir este caos todo no presente. No entanto gostaria de falar dos ganhos.

Existem ganhos?

Ouso achar que somamos a nossa experiência alguns aprendizados. O que para você é essencial? Qual o sabor de pequenas experiências que antes pareciam banais? Qual o valor da vida? Como está a sua saúde? São tantas as questões que pudemos elaborar neste período de maior reclusão e perdas.
Curioso como sempre o bom e o ruim caminham lado a lado, não é mesmo? Talvez estar atento aos dois lados da história seja fundamental para a saúde mental de todos. Mesmo diante de percalços e desastres, há sempre pontos de reflexão e crescimento.

Reflexões

Cabe perguntar se neste turbilhão todo você tem tido espaço para pensar sobre qualidade de vida. Ouvindo pessoas me dei conta que diante da luta pela sobrevivência, das perdas que tivemos nas nossas rotinas, o bem-estar passou a não ser mais uma questão. E esta, para mim, talvez seja a maior perda, depois das mortes, obviamente! Perder o desejo de equilibrar melhor a vida deve nos alarmar. Comer qualquer coisa, se relacionar de qualquer jeito, não se movimentar, não repensar pequenas e grandes decisões. Ir levando, sabe? A questão é: ir levando até quando?

Planos!

Vacinas à vista, possibilidades no horizonte. Qual será seu primeiro passo em direção a uma vida mais satisfatória?

Débora Laks é psicóloga graduada pela PUCRS (CRP 07/15330) com experiência em atendimento de adultos, pais-bebês e infantil. Estuda a psicanálise e o psiquismo humano. Especializada em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica de Adultos pelo CELG/UFRGS e Psicoterapia da Infância e Adolescência pelo CEAPIA. 

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