O mundo veste rosa: e você, já fez seu exame? | Por: Camile Cesa Stumpf, médica mastologista

Hoje queremos falar sobre saúde feminina. Convidamos a médica mastologista Camile Cesa Stumpf, especialista em cirurgia reparadora e oncoplástica em Porto Alegre, para trazer as informações necessárias para que todas as mulheres se conscientizem da importância deste tema!

Nenhum outro mês é tão rosa como o outubro. A Estátua da Liberdade fica rosa, a Casa Branca vira rosada. A Torre Eiffel reflete rosa, London Eye ilumina-se de rosa… O Cristo Redentor também, assim como Grêmio e Inter vestem rosa. A cor veste todas as raças, religiões, classes sociais, gêneros, idades… O rosa, nesse mês, significa o ALERTA à conscientização, prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.

Câncer de mama é a neoplasia mais incidente entre as mulheres: 1 a cada 9 mulheres terá câncer de mama ao longo da vida. A cada 9 minutos uma mulher no Brasil recebe diagnóstico de câncer. No mundo, a cada 29 segundos!

E você? Não vestiu rosa ainda?

O diagnóstico precoce do câncer de mama pode curar em 95% das vezes e a realização da mamografia anual reduz em 30% a mortalidade. Então fugir da mamografia é deixar passar uma oportunidade de diagnóstico. No Brasil, a mamografia deve ser feita, anualmente, a partir de 40 anos. É um exame indolor, rápido e, hoje, de fácil acesso a toda a população. É seu dever!

O câncer de mama também não escolhe idade: 1 a cada 6 diagnósticos acontecem em pacientes entre 40-49 anos. É importante salientar que 75% das pacientes com câncer de mama não têm histórico familiar, portanto o fato de você não ter familiar com câncer não lhe “liberta” de fazer o exame.

Câncer de mama na gestação é raro (ocorre em 1 a cada 3.000 mulheres grávidas) e é definido pelo diagnóstico do câncer de mama durante a gravidez ou no primeiro ano após o parto. Porém o fato de as mulheres estarem retardando o momento de começar a ter filhos tende a aumentar a incidência desse câncer. O tratamento? Desafiador! Temos que oferecer o controle efetivo da doença, mantendo o bem-estar fetal. Então durante a gestação também é importante que as mamas sejam avaliadas por um especialista.

Sobre o tratamento do câncer de mama para as demais mulheres, este é sempre individualizado. Às vezes iniciamos com quimioterapia e às vezes com cirurgia. O tipo de cirurgia também depende do tipo do tumor, da localização do tumor na mama e sua relação com o volume mamário. Os protocolos de quimioterapia ou hormonioterapia são escolhidos conforme o subtipo do tumor e seu “sobrenome” (perfil imunohistoquimico), diferindo caso a caso.

Infelizmente não temos vacina, não temos exames de sangue ou outros que possam predizer quem terá câncer de mama, mas alguns fatores de risco são conhecidos: obesidade, tabagismo, uso de álcool e sedentarismo (estes são os que você pode ter um papel ativo para modificar).

E então, convenci você a também vestir rosa neste mês?

Por Camile Cesa Stumpf, médica Mastologista, especialista em cirurgia reparadora e oncoplástica.

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