Mobiliário afetivo: que sentimentos estamos cultivando ao nosso redor? | Por: Cintia Del Pino, arquiteta

A inspiração para essa coluna que compartilho com vocês veio dessa frase: “A casa é uma das maiores forças de integração para o pensamento, as lembranças e os sonhos do homem.” – Gaston Bachelard.

Falar sobre mobiliário afetivo significa relacionar os objetos aos sentimentos. E nossos sentimentos estão relacionados a pensamentos. Sendo assim, ao escolhermos os objetos que farão parte da decoração dos ambientes da nossa casa, estamos criando espaços repletos de lembranças de momentos que vivemos.

Essas lembranças nos conectam a experiências vivenciadas e geram conforto ou desconforto. Dessa forma, a sugestão aqui é que ao definirmos os objetos que nos cercam, façamos escolhas que nos tragam energia positiva para que a vibração dos ambientes seja harmoniosa para aqueles que os frequentam.

Exemplos positivos:

  

Exemplos negativos:

  

Considerando que o dormitório é o ambiente de maior intimidade, por ser o cômodo menos compartilhado da casa e consequentemente onde nos sentimos mais acolhidos e protegidos, devemos dedicar maior atenção a sua decoração. Ao estabelecermos uma relação afetiva com os objetos, passamos a enxergá-los não mais apenas com a funcionalidade a que se destinam.

Podemos considerar até que esses objetos passam a ter uma “alma” e sua presença na configuração dos ambientes acaba tendo uma ligação muito forte com quem habita esses espaços, adquirindo uma interpretação simbólica e gerando reações.  Precisamos estar atentos aos sentimentos que esse mobiliário nos causa ao nos transportar para outros lugares na nossa memória, evitando que nosso lar se transforme em um ambiente melancólico e desfocado do presente.

Equilibrar passado e presente é fundamental para que tenhamos harmonia dentro de nós e preservar a memória de momentos especiais que vivemos é muito salutar. Que tal então aproveitarmos esse momento onde estamos mais reclusos em nossos lares para observarmos como está a decoração de cada ambiente?

Quem sabe ao olharmos com outros olhos toda essa mobília que nos cerca, busquemos uma reconstrução visual que nos permita viver com mais leveza, focando no presente, em aromas, texturas e cores que gerem boa energia e nos remetam ao afeto gerado pelas alegrias compartilhadas.

Cintia Del Pino é formada em Arquitetura pela Uniritter.
Trabalha em diversas áreas da Arquitetura desenvolvendo projetos arquitetônicos.
Despertou para o universo dos projetos para dormitórios infanto-juvenis
após o nascimento de sua filha Clarissa em 2007. 

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